O documento Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva traz grandes contribuições ao campo da educação, e uma delas é a discussão sobre a necessidade de uma mudança estrutural e cultural da escola – a educação é um direito humano, e a escola, reflexo de um sistema desigual, continua excluindo indivíduos considerados fora dos padrões homogeneizadores.
Este documento traça um importante histórico da educação especial no Brasil – como as políticas nacionais abordaram o tema no percurso da educação, as principais mudanças ocorridas até se chegar ao panorama atual (conquistas, entraves e lutas que ainda estão sendo travadas). O documento traz também alguns dados sobre matrículas de alunos incluídos nos últimos anos em diferentes níveis de ensino, além da concentração na esfera pública ou privada.
A leitura do documento a todo instante me reportava a minha formação no ensino básico – recordo-me como a escola em que estudei sempre prezou por um modelo de “bom aluno”, criando um padrão homogeneizante. Assim, uma questão que levanto é que a dificuldade em pensar numa Pedagogia da Diferença dá-se entre outros motivos pela própria escola ter tolhido as diferenças na minha formação – desta maneira, acredito que a crescente matrícula de alunos com necessidades especiais na educação básica já é positiva por si mesma, por proporcionar um ambiente em que a diferença esteja presente (e, futuramente isto também se refletirá de maneira positiva na formação de professores).
Concordo plenamente no que diz respeito à presença de alunos com necessidades especiais na escola comum, pois encaro esta presença como um ato de resistência e conseqüente denúncia:
ResponderExcluirResistência porque embora a escola não esteja "preparada" para recebê-los, eles permanecem lá e denúncia porque esta permanência é um direito assegurado a todos os portadores de deficiência, e, portanto, tem de ser oferecido pelas escolas.