segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sobre Balanço de junho , auto-avaliação e vídeo

Prezados alunos,

Amanhã é o dia de entrega do balanço de junho e da auto-avaliação.
Não coloquei o Roteiro de avaliação no TelEduc, pois vocês já o tinham de outras disciplinas cursadas comigo. Em todo caso,postei o Roteiro novamente em Material de Apoio.
Não se esqueçam de levar o filme para que possamos combinar a edição.
Profa. Maria Teresa

domingo, 26 de junho de 2011

Discussão Fascículo IX: Transtornos Globais do Desenvolvimento

Na última segunda-feira, 20/06, nosso grupo apresentou o Fascículo IX do MEC: Transtornos Globais do Desenvolvimento. Apresentamos que estes compreendem os muitos transtornos que têm as funções do desenvolvimento afetadas, dentre eles o autismo e o transtorno de Asperger. Durante nossa apresentação entramos em contato com falas de colegas que já tiveram algum contato com autistas, em sua maioria no âmbito familiar, e com isso percebemos como são escassos os casos de autistas na escola. Na conversa com a turma percebemos como são muito variados os casos de transtornos globais do desenvolvimento, e por isso há grande dificuldade de identificá-los. Também percebemos que alguns casos são mais fáceis de serem "adaptados" ao meio escolar, pois para os autistas, por exemplo, a rotina é algo muito importante: coisa que a escola fácilmente proporciona. Já em casos mais graves como por exemplo, a síndrome de Rett, a convicência escolar se torna mais difícil, devido as crises convulsivas. Outro ponto que entrou em discussão foi a questão se os transtornos globais são curáveis, e o que foi concluído a partir da leitura do fascículo e do diálogo com a professora foi que os transtornos podem ser reversíveis em alguns aspectos - por exemplo, um autista pode, com o tempo, se tornar mais sociável - porém, como os transtornos ocorrem devido uma dificiência na função executiva, não há como serem curados. Para ilustrar a discussão finalizamos com a exibição do vídeo A história de Carly, Autismo Severo, que mostra uma adolescente canadense com autismo severo que na sua adolescência consegue encontrar uma forma se expressar.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Apresentação do fascículo VI - Materias Pedagógicos Acessíveis e Comunicação Aumentativa e Alternativa

Alguns pontos que foram discutidos na apresentação do fascículo VI – A Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva – Materiais Pedagógicos Acessíveis e Comunicação Aumentativa e Alternativa:

Tecnologia Assistiva: área do conhecimento e de atuação que desenvolve serviços, recursos e estratégias que auxiliam na resolução de dificuldades funcionais das pessoas com deficiências na realização de suas tarefas.

CAA (Comunicação Aumentativa e Alternativa): área da Tecnologia Assistiva que se volta à ampliação de habilidades de comunicação, sendo destinada a pessoas sem fala ou sem escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever.

- Os recursos têm como objetivo eliminar e/ou amenizar as barreiras para que os alunos com deficiência consigam participar ativamente do processo de aprendizagem.

Recursos baixa tecnologia: podem ser produzidos pelas próprias professoras de AEE.

Recursos de alta tecnologia: adquiridos após a avaliação das necessidades dos alunos, e é responsabilidade do professor do AEE.

- O professor deve buscar ao máximo compreender as condições do aluno, sendo importante fazer perguntas, estabelecer comunicação para conhecê-lo melhor.

- Existem diversos recursos para possibilitar acesso à escrita, leitura, facilitar comunicação, gravadores de voz, pranchas de comunicação, todas com intuito de fazer com que o aluno consiga participar das atividades e se comunicar.

- Aos professores comuns é necessário cuidar dos conteúdos acadêmicos, enquanto que a responsabilidade do professor do AEE é disponibilizar, estudar recursos e auxiliar que o aluno com deficiência consiga participar das atividades.

- Apesar de funções distintas, é preciso que o trabalho seja conjunto, e que ambos estabeleçam e saibam os objetivos a serem alcançados. O mesmo serve para o momento de avaliação: a professora comum avaliará se os objetivos foram alcançados e a professora do AEE avaliará se os recursos são suficientes para romper com as barreiras impostas pela deficiência.

- Os recursos devem ser levados para o lar da criança e os pais devem aprender junto com os filhos a utilizar tais recursos, para a construção da autonomia.

- Necessidade da atualização constante: existem diversos documentos que trazem detalhadamente recursos e meios de utilizá-los para garantir um trabalho de qualidade.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Artigo "Ciladas da diferença"

Pessoal, não consegui anexar o artigo de Antônio Flávio Pierucci, o qual aborda o caso Sears (comentado hoje em aula pela professora) no Material de Apoio do Teleduc. Por isso, o coloquei em meu portfólio individual, ok?! Vale a pena ler!
Abraços a todos!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Fascículo 5 – Surdocegueira e /ou Deficiencia Múltipla (DM)

Nesta última segunda- feira (06/06/11) em nossa aula apresentamos os principais pontos do fascículo 5 na perspectiva da inclusão.

Agora, contribuímos para o blog com outros pontos discutidos na respectiva aula:

- Importância da confecção de materiais/ recursos que ultrapassem os obstáculos e garantam a participação e aprendizagem de todos em todas as atividades;

- Conversamos e problematizamos a tripla jornada de trabalho docente, dificultando um planejamento tanto das aulas quanto dos materiais necessários à inclusão, no caso da Educação Especial. Questão levantada pela colega Ana Mota : Como um professor que tem, ou não, alunos com algum tipo de deficiência consegue produzir materiais, trabalhando em três períodos por dia?

- Contamos com as contribuições de relatos de casos, do aluno com visão subnormal da Fernanda que atualmente cursa História na PUCC e os casos positivos relatados pela profª Mantoan, da criança que fica presa à cadeira com velcro e da criança vinda do interior de MG para Campinas, casos relatados pela colega Lindsey um onde a pessoa recebeu todo o apoio necessário ao seu aprendizado e desenvolvimento e outro caso em que a pessoa foi excluída;

- Discutimos a superproteção dos pais na tentativa de evitar a dor e o fracasso;

- Foi esclarecido que o aluno com surdocegueira também pode apresentar problemas motores, por exemplo, e que portanto, se trataria de uma pessoa com surdocegueira e DM.

- As discussões também contemplaram: a importância de ampliar as formas de relacionamento e comunicação, entre todos os envolvidos, a importância da existência de um objeto de intermediação ou identificação ( objeto de referência) para a antecipação da ação, quando na utilização de calendários é a professora de AEE e a da sala comum quem decidem qual o mais adequado para a aprendizagem do aluno, é importante conhecer a criança para avaliar sua compreensão, se esta criança está utilizando os recursos e se estes atendem suas necessidades e preferências.

- Os caso de surdocegueira e DM completas são raros e geralmente congenitos. Nos casos de surdocegueira adquiridos existem sempre resquícios de visão e/ou audição, daí a importância de se estar sempre atento a isto;

- Quanto maior o número de meios de comunicação ensinados, melhor o atendimento e a utilização dos resquícios de visão e/ou audição. A idéia não é igualar, mas utilizar ao máximo as formas de comunicação que garantam a interação e os vínculos tanto com a família, quanto com toda a comunidade escolar.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO ESCOLAR – ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE, ADEQUAÇÃO POSTURAL E ACESSIBILIDADE ESPACIAL

1. Orientação e Mobilidade – O & M

1.1- O que é orientação e mobilidade e a quem se aplica?

A acessibilidade está relacionada à capacidade da pessoa com deficiência se deslocar de maneira mais segura e independente possível. O objetivo deste fascículo é oferecer aos profissionais da educação informações para eliminação das barreiras que impedem os alunos com deficiência de acessar todos os ambientes escolares e seus entornos, com segurança e autonomia e, especialmente, de criar as condições necessárias para a sua participação efetiva nos desafios da aprendizagem de forma autônoma e criativa.

Uma análise do sentido e significado das palavras “orientação” e “mobilidade” nos leva a entender que elas se referem a uma movimentação de forma orientada, levando em conta pontos de referência, placas, informações. Fica claro também que orientação e mobilidade se aplicam a todas as pessoas, e não apenas aquelas que têm alguma deficiência, fazendo parte da nossa rotina.

1.2- AEE em orientação e mobilidade

Caberá ao professor de AEE ensinar o aluno com deficiência relacionada à orientação e mobilidade o conhecimento dos espaços da escola. Para chegar à construção mental deste espaço, o professor pode construir ou solicitar recursos que auxiliem o aluno.

o Aluno com cegueira e com baixa visão: objetivo do AEE é que eles se desloquem sem medo e com maior independência possível. As técnicas usadas para O e M podem ser: guia vidente (pessoa que orienta o cego a caminhar); auto-ajuda em ambiente interno (a pessoa com deficiência faz uso do próprio corpo para se orientar); bengala longa; cão guia; equipamentos eletrônicos (identifica obstáculos).

o Fatores interdependentes da O e M: postura, andar, equilíbrio, maneirismos (tiques), desenvolvimento motor e destrezas de mobilidade.

o Aluno surdocego e com deficiência múltipla (sensorial e motora): O e M é a possibilidade que a pessoa tem de aprender a organizar e conhecer o mundo, permitindo sua compreensão e comunicação. Antes da aplicação das técnicas são necessários três aspectos: vínculo, segurança e comunicação (que pode acontecer por um guia-interprete). A criança surdocega começa a adquirir a mobilidade quando a mãe a carrega mudando o ambiente, a interação; ela precisa aprender a permanência de objetos (ele existe mesmo quando não é visto/sentido), noções espaciais e a buscar e encontrar objetos. Pode ser utilizada a bengala ou pré-bengala, de acordo com as necessidades (o professor de AEE pode identificá-las); tablado de ressonância, quartito.

1.3- Orientação e mobilidade na escola comum

A adequação do ambiente escolar é necessária para que seja possível um deslocamento mais independente e seguro das crianças com deficiência. Devemos pensar em: cor, contraste, brilho, iluminação, mobílias, texturas nas paredes, pisos táteis.

Vale lembrar que as estratégias e recursos a serem utilizados dependem das necessidades, especificidades e individualidades de cada aluno.

A criança que se desloca com cadeira de roda pode ser ensinada e preparada para fazer isso sozinha; se não houver essa possibilidade, a pessoa/colega que a guia deve ir orientando-a dos movimentos que fará.

2. Adequação Postural e Mobilidade

2.1- O aluno com deficiência física

A deficiência pode ter diversas origens (amputação, má formação, lesos, alterações neurológicas, deformidades ósseas e musculares) causando, dessa forma, privação de acesso e participação do aluno. Para que isso seja eliminado, há possibilidade de uso de tecnologias assistivas para apoiar o aluno permitindo sua participação, acesso e exploração, assim como as outras crianças. Os recursos utilizados devem ser escolhidos a partir das necessidades do aluno.

Recursos de adequação postural e mobilidade: a adequação postural do aluno está diretamente relacionada à obtenção de um mobiliário adequado, sendo que este deve proporcionar ao aluno estabilidade, conforto e melhores condições para a realização das atividades. Os alunos devem ter a possibilidade de mudança de posição, caso fiquem muito tempo sentados. Uma postura inadequada e falta de mobilidade podem ser para o aluno com deficiência física uma barreira para o aprendizado.

2.2- Como avaliar e identificar a necessidade de um projeto de adequação postural

É papel do professor de AEE identificar as necessidades e problemas em relação à postura e mobilidade dos alunos com deficiência. A partir desta identificação, deve ser feito encaminhamento para que a gestão da escola adquira ou adeque o mobiliário ideal. Neste momento, podem ser feitas parcerias com outros profissionais (engenheiros, arquitetos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais) que auxiliem na organização dos recursos necessários para as necessidades identificadas pelo professor de AEE.

2.3- Como auxiliar o aluno com deficiência física a aproveitar seu potencial motor para a aprendizagem

É a contribuição para as condições básicas da postura, do conforto e segurança. Para uma boa postura devemos estar atentos a nossa base de apoio, ou seja, como nossa pelve está posicionada (esta deve estar alinhada e estável). Vejamos alguns exemplos:

Na imagem da esquerda (acima) observamos uma retroversão (pelve jogada para trás com o tronco flexionado para frente, compensando). Já na imagem da direita, observamos que a pelve é posicionada para frente, trazendo o tronco naturalmente para sua posição.

Neste segundo exemplo, podemos observar a pelve inclinada (mais alta de um lado) trazendo o tronco para o mesmo lado que a pelve está inclinada (no caso esquerdo) para que haja uma compensação. Auxiliamos garantindo que a cadeira tenha um apoio para a região pélvica e apoios laterais para o tronco. Também podemos colocar uma almofada (coxim) entre as pernas, pois esta poderá auxiliar evitando a rotação dos membros inferiores e seu cruzamento.

É importante ressaltar que para ajudar nossos alunos, sempre devemos ficar atentos a sua pelve, dessa maneira devemos colocá-la no assento de forma mais alinhada possível, e se necessário, utilizar cintos e/ou almofadas laterais e entre as pernas pata uma maior estabilidade.

Depois da dada atenção ao posicionamento da pelve, devemos nos atentar aos apoios para o tronco, cabeça, pés, entre outros que houver necessidade.

Deve-se construir condições básicas para a adequação da postura, conforto e segurança do aluno para que ele aumente a possibilidade de exploração de objetos e a participação em atividades variadas, o que garante uma melhora em sua atenção e concentração.

Inicialmente, é fundamental, que o aluno tenha uma postura alinhada e estável no assento. Em alguns casos, devido à dificuldade de sustentação tônica do tronco, alguns alunos tendem a pender o corpo para frente, esse caso pode ser auxiliado a partir da colocação de cintos ou ainda inclinar o assento (o chamado TIL da cadeira). Entretanto há eventos, mais específicos, de deformidade óssea e muscular, nesses casos, podem ser feitos assentos e encostos personalizados construídos especialmente para cada usuário. A foto mostra um exemplo de uma cadeira feita em molde personalizado para o caso.

No ambiente escolar, existem alguns detalhes que podem auxiliar muito o aluno em suas atividades e que promovem a autonomia, como por exemplo, a regulagem da altura das carteiras, inclinação do da cadeira, colocação de encostos para pés e mãos. Esses ajustamentos garantem maior conforto para o aluno, adequando esses espaços à criança. Muitas vezes, tratam-se algumas pequenas modificações, como podemos ver no foto a seguir, um pequeno estrado que deixa os pés bem apoiados:

A seguir temos a foto de uma estação de trabalho, na qual temos como características a possibilidade de ajuste de altura da mesa; base para apoio de antebraços; acessórios que regulam altura e profundidade do monitor; e suporte para textos também ajustáveis.

Essa outra imagem nos mostra uma mesa de trabalho individual, com opção de mesa auxiliar para a professora, colocada diante do aluno, ambas com ajuste de altura:

Alunos com lesão no Sistema Nervoso Central (SNC): apresentam seqüelas motoras que ocorrem devido à alteração do tônus muscular, este tipo de alteração está relacionado com os reflexos da criança. Neste caso, os reflexos das crianças com lesões neurológicas são desencadeados pela posição da cabeça.

Os tipos de reflexos mais comuns são:

- Reflexo tônico cervical assimétrico: quando a cabeça está voltada para um dos lados, acontece reflexamente a extensão de todo o corpo no lado para o qual a criança olha e o lado oposto fica em flexão.

- Reflexo tônico cervical simétrico: quando a cabeça do aluno cai para frente, seus braços entram em flexão, e suas pernas estendem-se. Quando a cabeça vai para trás os braços estendem-se e as pernas flexionam.

- Reflexo tônico labiríntico: quando a criança leva seu corpo para trás, todos seu corpo se estende.

Conhecer os reflexos e os fatores que os desencadeiam, auxilia o professor a adequar seu posicionamento em relação ao aluno e também o posicionamento dos recursos utilizados pela criança com deficiência. Com esse conhecimento e entendimento, o professor também pode identificar os momentos em que o aluno consegue maior atenção e participação nas atividades, e o que pode ser modificado no ambiente permitindo e favorecendo essa participação.

É necessário também ressaltar que algumas parcerias devem ser feitas com profissionais que ajudem a planejar, definir e confeccionar os recursos à adequação e a mobilidade dos alunos com deficiência física , para garantir a execução dos projetos. Ainda é necessário também o envolvimento da família, pois esta é uma importante aliada na escolha e no uso desses recursos.

As imagens a seguir são alguns exemplos de recursos de adequação a mobilidade, são dois andadores, com apoios nas mãos e com freios nos guidões, que permitem aos alunos transportar seus pertences enquanto caminha.

3. Acessibilidade Espacial

A acessibilidade espacial deve ser vista como parte da política relacionada à mobilidade, que deve promover o direito de todos a todos os espaços. Mudanças nas leis brasileiras nos últimos 10 anos vem buscando cumprir esse direito. A lei Federal 10.098 de 2000 dispões da necessidade de toda escola ter uma estrutura arquitetônica que de acesso a todos, sejam pessoas com deficiência, ou não.

A acessibilidade arquitetônica é necessária para que todos os alunos e funcionários das escolas possam ter acesso a todos os espaços e possibilidade de participação em todas as atividades. Vale ressaltar que não existe um modelo arquitetônico único para todas as escolas, as necessidades das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida deve ser observada e considerada para adequação dos espaços a que elas precisam ter acesso.

A acessibilidade espacial leva a melhores condições de aprendizagem e melhor qualidade de vida.

Considerações FinaisA EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO ESCOLAR – ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE, ADEQUAÇÃO POSTURAL E ACESSIBILIDADE ESPACIAL

1. Orientação e Mobilidade – O & M

1.1- O que é orientação e mobilidade e a quem se aplica?

A acessibilidade está relacionada à capacidade da pessoa com deficiência se deslocar de maneira mais segura e independente possível. O objetivo deste fascículo é oferecer aos profissionais da educação informações para eliminação das barreiras que impedem os alunos com deficiência de acessar todos os ambientes escolares e seus entornos, com segurança e autonomia e, especialmente, de criar as condições necessárias para a sua participação efetiva nos desafios da aprendizagem de forma autônoma e criativa.

Uma análise do sentido e significado das palavras “orientação” e “mobilidade” nos leva a entender que elas se referem a uma movimentação de forma orientada, levando em conta pontos de referência, placas, informações. Fica claro também que orientação e mobilidade se aplicam a todas as pessoas, e não apenas aquelas que têm alguma deficiência, fazendo parte da nossa rotina.

1.2- AEE em orientação e mobilidade

Caberá ao professor de AEE ensinar o aluno com deficiência relacionada à orientação e mobilidade o conhecimento dos espaços da escola. Para chegar à construção mental deste espaço, o professor pode construir ou solicitar recursos que auxiliem o aluno.

o Aluno com cegueira e com baixa visão: objetivo do AEE é que eles se desloquem sem medo e com maior independência possível. As técnicas usadas para O e M podem ser: guia vidente (pessoa que orienta o cego a caminhar); auto-ajuda em ambiente interno (a pessoa com deficiência faz uso do próprio corpo para se orientar); bengala longa; cão guia; equipamentos eletrônicos (identifica obstáculos).

o Fatores interdependentes da O e M: postura, andar, equilíbrio, maneirismos (tiques), desenvolvimento motor e destrezas de mobilidade.

o Aluno surdocego e com deficiência múltipla (sensorial e motora): O e M é a possibilidade que a pessoa tem de aprender a organizar e conhecer o mundo, permitindo sua compreensão e comunicação. Antes da aplicação das técnicas são necessários três aspectos: vínculo, segurança e comunicação (que pode acontecer por um guia-interprete). A criança surdocega começa a adquirir a mobilidade quando a mãe a carrega mudando o ambiente, a interação; ela precisa aprender a permanência de objetos (ele existe mesmo quando não é visto/sentido), noções espaciais e a buscar e encontrar objetos. Pode ser utilizada a bengala ou pré-bengala, de acordo com as necessidades (o professor de AEE pode identificá-las); tablado de ressonância, quartito.

1.3- Orientação e mobilidade na escola comum

A adequação do ambiente escolar é necessária para que seja possível um deslocamento mais independente e seguro das crianças com deficiência. Devemos pensar em: cor, contraste, brilho, iluminação, mobílias, texturas nas paredes, pisos táteis.

Vale lembrar que as estratégias e recursos a serem utilizados dependem das necessidades, especificidades e individualidades de cada aluno.

A criança que se desloca com cadeira de roda pode ser ensinada e preparada para fazer isso sozinha; se não houver essa possibilidade, a pessoa/colega que a guia deve ir orientando-a dos movimentos que fará.

2. Adequação Postural e Mobilidade

2.1- O aluno com deficiência física

A deficiência pode ter diversas origens (amputação, má formação, lesos, alterações neurológicas, deformidades ósseas e musculares) causando, dessa forma, privação de acesso e participação do aluno. Para que isso seja eliminado, há possibilidade de uso de tecnologias assistivas para apoiar o aluno permitindo sua participação, acesso e exploração, assim como as outras crianças. Os recursos utilizados devem ser escolhidos a partir das necessidades do aluno.

Recursos de adequação postural e mobilidade: a adequação postural do aluno está diretamente relacionada à obtenção de um mobiliário adequado, sendo que este deve proporcionar ao aluno estabilidade, conforto e melhores condições para a realização das atividades. Os alunos devem ter a possibilidade de mudança de posição, caso fiquem muito tempo sentados. Uma postura inadequada e falta de mobilidade podem ser para o aluno com deficiência física uma barreira para o aprendizado.

2.2- Como avaliar e identificar a necessidade de um projeto de adequação postural

É papel do professor de AEE identificar as necessidades e problemas em relação à postura e mobilidade dos alunos com deficiência. A partir desta identificação, deve ser feito encaminhamento para que a gestão da escola adquira ou adeque o mobiliário ideal. Neste momento, podem ser feitas parcerias com outros profissionais (engenheiros, arquitetos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais) que auxiliem na organização dos recursos necessários para as necessidades identificadas pelo professor de AEE.

2.3- Como auxiliar o aluno com deficiência física a aproveitar seu potencial motor para a aprendizagem

É a contribuição para as condições básicas da postura, do conforto e segurança. Para uma boa postura devemos estar atentos a nossa base de apoio, ou seja, como nossa pelve está posicionada (esta deve estar alinhada e estável). Vejamos alguns exemplos:

Na imagem da esquerda (acima) observamos uma retroversão (pelve jogada para trás com o tronco flexionado para frente, compensando). Já na imagem da direita, observamos que a pelve é posicionada para frente, trazendo o tronco naturalmente para sua posição.

Neste segundo exemplo, podemos observar a pelve inclinada (mais alta de um lado) trazendo o tronco para o mesmo lado que a pelve está inclinada (no caso esquerdo) para que haja uma compensação. Auxiliamos garantindo que a cadeira tenha um apoio para a região pélvica e apoios laterais para o tronco. Também podemos colocar uma almofada (coxim) entre as pernas, pois esta poderá auxiliar evitando a rotação dos membros inferiores e seu cruzamento.

É importante ressaltar que para ajudar nossos alunos, sempre devemos ficar atentos a sua pelve, dessa maneira devemos colocá-la no assento de forma mais alinhada possível, e se necessário, utilizar cintos e/ou almofadas laterais e entre as pernas pata uma maior estabilidade.

Depois da dada atenção ao posicionamento da pelve, devemos nos atentar aos apoios para o tronco, cabeça, pés, entre outros que houver necessidade.

Deve-se construir condições básicas para a adequação da postura, conforto e segurança do aluno para que ele aumente a possibilidade de exploração de objetos e a participação em atividades variadas, o que garante uma melhora em sua atenção e concentração.

Inicialmente, é fundamental, que o aluno tenha uma postura alinhada e estável no assento. Em alguns casos, devido à dificuldade de sustentação tônica do tronco, alguns alunos tendem a pender o corpo para frente, esse caso pode ser auxiliado a partir da colocação de cintos ou ainda inclinar o assento (o chamado TIL da cadeira). Entretanto há eventos, mais específicos, de deformidade óssea e muscular, nesses casos, podem ser feitos assentos e encostos personalizados construídos especialmente para cada usuário. A foto mostra um exemplo de uma cadeira feita em molde personalizado para o caso.

No ambiente escolar, existem alguns detalhes que podem auxiliar muito o aluno em suas atividades e que promovem a autonomia, como por exemplo, a regulagem da altura das carteiras, inclinação do da cadeira, colocação de encostos para pés e mãos. Esses ajustamentos garantem maior conforto para o aluno, adequando esses espaços à criança. Muitas vezes, tratam-se algumas pequenas modificações, como podemos ver no foto a seguir, um pequeno estrado que deixa os pés bem apoiados:

A seguir temos a foto de uma estação de trabalho, na qual temos como características a possibilidade de ajuste de altura da mesa; base para apoio de antebraços; acessórios que regulam altura e profundidade do monitor; e suporte para textos também ajustáveis.

Essa outra imagem nos mostra uma mesa de trabalho individual, com opção de mesa auxiliar para a professora, colocada diante do aluno, ambas com ajuste de altura:

Alunos com lesão no Sistema Nervoso Central (SNC): apresentam seqüelas motoras que ocorrem devido à alteração do tônus muscular, este tipo de alteração está relacionado com os reflexos da criança. Neste caso, os reflexos das crianças com lesões neurológicas são desencadeados pela posição da cabeça.

Os tipos de reflexos mais comuns são:

- Reflexo tônico cervical assimétrico: quando a cabeça está voltada para um dos lados, acontece reflexamente a extensão de todo o corpo no lado para o qual a criança olha e o lado oposto fica em flexão.

- Reflexo tônico cervical simétrico: quando a cabeça do aluno cai para frente, seus braços entram em flexão, e suas pernas estendem-se. Quando a cabeça vai para trás os braços estendem-se e as pernas flexionam.

- Reflexo tônico labiríntico: quando a criança leva seu corpo para trás, todos seu corpo se estende.

Conhecer os reflexos e os fatores que os desencadeiam, auxilia o professor a adequar seu posicionamento em relação ao aluno e também o posicionamento dos recursos utilizados pela criança com deficiência. Com esse conhecimento e entendimento, o professor também pode identificar os momentos em que o aluno consegue maior atenção e participação nas atividades, e o que pode ser modificado no ambiente permitindo e favorecendo essa participação.

É necessário também ressaltar que algumas parcerias devem ser feitas com profissionais que ajudem a planejar, definir e confeccionar os recursos à adequação e a mobilidade dos alunos com deficiência física , para garantir a execução dos projetos. Ainda é necessário também o envolvimento da família, pois esta é uma importante aliada na escolha e no uso desses recursos.

As imagens a seguir são alguns exemplos de recursos de adequação a mobilidade, são dois andadores, com apoios nas mãos e com freios nos guidões, que permitem aos alunos transportar seus pertences enquanto caminha.

3. Acessibilidade Espacial

A acessibilidade espacial deve ser vista como parte da política relacionada à mobilidade, que deve promover o direito de todos a todos os espaços. Mudanças nas leis brasileiras nos últimos 10 anos vem buscando cumprir esse direito. A lei Federal 10.098 de 2000 dispões da necessidade de toda escola ter uma estrutura arquitetônica que de acesso a todos, sejam pessoas com deficiência, ou não.

A acessibilidade arquitetônica é necessária para que todos os alunos e funcionários das escolas possam ter acesso a todos os espaços e possibilidade de participação em todas as atividades. Vale ressaltar que não existe um modelo arquitetônico único para todas as escolas, as necessidades das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida deve ser observada e considerada para adequação dos espaços a que elas precisam ter acesso.

A acessibilidade espacial leva a melhores condições de aprendizagem e melhor qualidade de vida.

Considerações Finais

É importante destacar que a acessibilidade é um direito de todos; deste modo, a acessibilidade é necessária para aqueles que estão excluídos, mas também beneficia aqueles que não são excluídos.

Em uma escola inclusiva, todos devem ter acesso a todos os espaços, para que possam participar de todas as atividades e para ter as condições necessárias para se manifetar.