quinta-feira, 31 de março de 2011

CONAE

Durante a leitura do documento da CONAE, em especial do Eixo III, o que mais me intrigou foi verificar como a educação foi entendida de forma fragmentada, tendo como objetivo, por exemplo, oferecer aos quilombolas, uma educação voltada aos quilombolas ou ainda oferecer aos homens e mulheres do campo uma educação própria, voltada a este modo de vida. Em minha opinião, uma das principais atividades da escola é justamente proporcionar opções, alternativas a tudo aquilo que está política, economica e socialmente imposto. Porém com uma educação especializada_ se é que posso chamá-la assim_ e susbstitutiva à educação "normal" como podemos garantir que isso ocorra? Como podemos garantir que os alunos saírão de lá mais tolerantes com as diferenças diferentes das diferenças deles, por exemplo? Desta forma, embora eu acredite que a CONAE é um avanço no que diz respeito à educação especial, é importante nos atentarmos para evitar que a escola seja descaracterizada e o currículo escolar meramente adaptado.

Deficiência e medicalização da vida

Lendo o documento "POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA", achei interessante comentar que o processo de inclusão, como referido no texto, vai contra um processo complicado e diretamente relacionado com a exclusão (não só escolar) que vemos intensamente nos dias de hoje: a medicalização da vida.
A perspectiva de ver os portadores de deficiência(e eu deixo registrado aqui que não sei qual termo é o melhor para ser usado; aceito broncas em relação a isso, se estver errado) como "menos capazes" e "fora do padrão", como "não-saudáveis", que ainda reina entre muitas cabeças(inclusive na minha, que tem começado apenas o questionamento sobre essa forma de ver discriminatória) é legitimada por um discurso médico de padronização do ser humano, que foca no "imperfeito", colocando um padrão artificial de uma única forma e um único ritmo de aprendizagem. E sempre é caracterizado na medicina de hoje como o "saudável" aquele que produzirá mais, o sujeito que aprende numa velocidade x, não sente dor(nem a dor na nossa sociedade é permitida!), o sujeito que à máquina se amolda, que não precisa de instruções em braile nem pensa rápido demais. Tudo o que for fora desse padrão, dos hiperativos aos cegos, tem isso como marca, impressão na testa, e claro, um remedinho ou um tratamento caríssimo por trás - que move uma industria bilionária que se nutre como um abutre da doença estigmatizada, a indústria farmacêutica.
Colocar as deficiências numa perspectiva de diferença humana, como algo que está em alguns sujeitos como tantas outras coisas que neles estão, e não rotulá-los e estigmatizá-los, rompe essa lógica nefasta, na qual um diagnóstico médico diz quem é ou não capaz de aprender.
O documento aponta melhoras numéricas importantes, principalmente de acesso à escola. Mas ainda falta muito para a inclusão se dar de maneira satisfatória, porque o "deficiente diferente" move muita grana.

terça-feira, 29 de março de 2011

CONAE

O CONAE é um documento elaborado na Conferência Nacional de Educação e pretende possibilitar o acesso, a permanência e o sucesso escolar para os estudantes brasileiros. Durante a leitura, percebi certa generalização de assuntos relevantes a educação do Brasil, porém observa-se avanço ao se tratar das questões relacionadas à diversidade, pois há predominância desta em relação à diferença.

O Eixo VI de tal documento, objetiva tratar das questões ligadas à justiça social, ao trabalho e à diversidade, considerando-as presentes nas diversas instituições educativas e em todos os níveis e modalidades de educação. Mas, trabalhar essas questões é um desafio, à medida que nos encontramos em uma sociedade marcada por desigualdades sociais, exclusões e preconceitos.

Primeiramente, achei muito interessante essa ênfase norteada pelo o conceito de democratização da educação, afinal mostra a importância da permanência de todos na instituição educativa. Considero tal fator o maior desafio da Educação Inclusiva. Aliás, em relação a isso, creio que o CONAE abordou aspectos importantes para a realização da inclusão.

Analisando o documento como um todo, noto que não há soluções práticas desse sistema inclusivo e dessa escola democrática, sendo assim as propostas poderiam ser mais enfáticas, evitando exclusão a inclusão. Porém, penso que é positivo discutir esses assuntos, pois desperta atenção a essas questões, reconhecendo-as e admitindo a necessidade de um olhar específico a elas. Conseqüentemente, exige atenção do poder público, da sociedade e dos envolvidos na educação brasileira, exigindo mudanças e valorização do sistema inclusivo e da escola democrática.

Uma escola para todos.


Minha nossa! Como foi que permitiram a matrícula dela nessa escola né gente??

Por Sandra Bonotto.

Atividade do dia 21/03: Frases.

“A diferença não tem nada a ver com o diferente. A redução da diferença ao diferente equivale a uma redução da diferença à identidade.”

A partir da leitura do texto "Pedagogia das diferenças", pensamos que o fato de a diferença não tem nada a ver com o diferente ocorre pois o diferente está inteiramente ligado à relação de poder e dominação na qual a identidade do dominador é tida como parâmetro “normal”. Já a diferença tem relação direta com a identidade, pois para existir uma “identificação”, nega-se todas as outras identidades.

Autores: Gabriel P. Pereira, Kamylla dos Santos Rocha, Rafaela Queller de Malta, Sandra Bonotto.

Reflexões da leitura do CONAE (eixo III e VI)

De acordo com as minhas interpretações da realidade e do texto, vejo que o documento traz as grandes situações problemas que encontramos no cotidiano educacional (garantia de vagas, qualidade educacional, acesso, permanência), em todos os níveis (ensino infantil, fundamental e superior), apesar de apresentar a realidade e os seus problemas, vi uma problematização muito superficial, e um discurso muito aparente, pouco profundo. As idéias de solução apresentadas no documento são muito genéricas (não explicitam detalhadamente um caminho – exemplo: cursos de formação - nem sempre serão o suficiente para lidar com as demandas de cada comunidade, acredito que em algumas unidades escolares talvez seja necessário um acompanhamento mais próximo para auxiliar na construção da compreensão das necessidades da comunidade como um todo, compreendendo as relações e o contexto). Apesar de genéricas, acredito que as idéias e propostas de solução são boas e surtiriam grande efeito se fossem bem realizadas, bem trabalhadas constantemente.

Como é trazido no próprio documento: é necessário “compreender a diversidade como construção histórica, cultural, social e política das diferenças. Ela é constituída no processo histórico-cultural, na adaptação do homem e da mulher ao meio social e no contexto das relações de poder” (CONAE, 2010, p. 121-122). Diante dessa necessidade, temos que compreender que é preciso cotidianamente pensar e repensar sobre as questões da diversidade, pois está em processo de construção constante, e é válido ressaltar que o problema não esta na presença das diferenças, e sim na hierarquização feita pela sociedade sobre as diferenças.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Sobre a CONAE: eixos III e VI

O eixo III da CONAE, Democratização do Acesso, Permanência e Sucesso Escolar, faz uma contextualização adequada da situação brasileira frente a estes três parâmetros, e ainda segue o que prevê nossa Constituição Federal e LDB. Além disso, reconhece no processo educacional brasileiro concretizado por etapas de ensino, elementos que as pesquisas nacionais vem apontando como prováveis transformadores de nossa educação nacional: organização do ensino em ciclos, gestão democrática, inclusão escolar, tecnologias na educação, currículo e reconhecimento das práticas culturais e sociais dos estudantes. No entanto, o discurso que permeia tudo isso não é o das diferenças no contexto de educação comum pública, e sim, da diversidade, o que se evidencia nos dizeres: “(...) educação escolar indígena, educação dos afrodescentes, educação do campo (...)”. Soma-se a isso algumas incoerências, cito, por exemplo: “(...) a discussão e proposição de diretrizes para as políticas de convênios com entidades privadas (...); a ampliação da oferta de educação infantil pelo poder público, extinguindo progressivamente o atendimento por meio de instituições conveniadas”, ambas no mesmo parágrafo. Outra defesa que me deixou intrigada foi a da Escola de Tempo Integral, sobretudo, os convênios e parcerias mencionados para sua efetivação, para mim não ficaram claros os motivos dessa defesa e para vocês?
Já o eixo VI da CONAE, Justiça Social, Educação e Trabalho: Inclusão, Diversidade e Igualdade, prevê em sua discussão os demais eixos anteriores, compreendendo as três necessidades sociais que intitulam o eixo na dimensão da inclusão, diversidade e igualdade. Aqui, a noção de diversidade significa, ao meu ver, a reunião das diferenças em coletivos políticos na luta pela superação de práticas pedagógicas discriminatórias e excludentes e em prol da justiça social. Como este documento foi escrito por múltiplas mãos (e, por conseguinte, há múltiplos interesses) fica compreensível a fragmentação em diferentes “educações”, no entanto, a que se indagar se a preocupação maior ainda se concentra na construção de um efetivo Sistema Nacional Articulado de Educação!

CONAE - Eixos III e VI

CONAE – Eixo III

É fato que tudo o que é apresentado neste eixo não é nenhuma novidade. Assuntos que já vem sendo debatidos por professores, alunos, gestores e por todos que em algum momento se propõem a falar sobre a educação brasileira. Diante disso, é, de certa forma, triste pensar que um documento foi produzido apontando tamanhas necessidades da educação e tal documento está publicado pelo Ministério da Educação mas, a situação pouco muda.

Destaco como ponto fundamental deste eixo o pleno entendimento de que a “democratização da educação faz-se com acesso e permanência de todos no processo educativo, dentro do qual o sucesso escolar é reflexo da qualidade” (CONAE, 2010).

CONAE – Eixo VI

Neste eixo assim como no documento de forma geral, o ponto chave está na questão da democracia e, neste caso, a questão da concepção de educação democrática. Acredito que o seguinte trecho descreva bem essa questão e por mais distante que tudo isso possa parecer sonho com um dia ver cada uma dessas palavras sendo a realidade. "Em uma sociedade democrática, ela se cumpre por meio da vivência cotidiana da democracia, do exercício da cidadania – e representa a participação de um número cada vez maior de pessoas, de forma equânime –, da garantia dos direitos sociais (dentre eles, a educação), da justa distribuição de renda ou riqueza. Uma democracia que não nega e nem se opõe à diversidade, antes, a incorpora como constituinte das relações sociais e humanas e, ainda, se posiciona na luta pela superação do trato desigual dado à diversidade ao longo da nossa história econômica, política e cultural." (CONAE, 2010).

CONAE

Sobre a CONAE, eixo III- Democratização do Acesso, Permanência e Sucesso Escolar e o eixo VI Justiça Social, Educação e Trabalho: Inclusão, saliento a importância de lutarmos para uma escola que além de garantir o acesso de todos, também de subsídios para que eles permaneçam e obtenham sucesso nesta escola, pois infelizmente essa ainda não é a realidade das escolas do Brasil. Crendo que, o sucesso escolar é reflexo da qualidade da unidade escolar. E para obtermos uma escola de qualidade é necessária a colaboração de todos, funcionários, professores, alunos, a comunidade, onde todos participam da definição dos rumos que a instituição escolar, e da maneira de implementar tais decisões, em um processo consecutivo de ações. Além disso, achei um pouco vaga o eixo VI, não vi uma discussão muito sólida, levando em consideração a importância que tal documento tem, além disso, creio que por tal eixo abranger varias temáticas diferentes, acabou que tais temas perderam suas particularidades. Mesmo tendo questões importantes como “tratar desigualmente os desiguais” o documento deixou de tratar de forma mais concreta e detalhada assuntos tão importantes.

Sobre o CONAE

Ao ler partes do documento do CONAE, achei que ele aborda de maneira generalizada assuntos atuais e importantes para a educação brasileira, anunciando diretrizes e ações para tais fins. Para as discussões de nossa disciplina gostaria de ressaltar alguns tópicos que me chamaram a atenção. Primeiramente, ao trabalhar com a democratizaçãoda educação mostra a importância não só do ingresso, mas também da permanência com qualidade dessas pessoas. Acredito que hoje para a educação especial, essa permanência com sucesso seja o maior desafio. Outro ponto é trabalhar com a transversalidade da educação especial na educação e a proposta de mudança dos sistemas educacionais em sistemas inclusivos, que comtemplem a diversidade com vista à igualdade. Além disso, no capitulo VI, os tópicos levantados como pontos importantes para a educação especial, eu acredito que trouxe ações fundamentais para o sucesso da inclusão.

domingo, 27 de março de 2011

Eixo III e Eixo VI

Diante das propostas apresentadas nos Eixos III e VI, existem os pontos que achei mais importantes e interessantes. Tendo em vista que ambos os eixos apresentam propostas e assuntos bastante pertinentes, quero posicionar aqueles que julgo serem de grande importância para uma possível discussão.

O primeiro deles é a questão da educação de qualidade como um direito social. Concordo com o Eixo III quando ele cita a exposição dos movimentos sociais em busca de uma democratização da educação e de uma ampliação do atendimento educacional às parcelas amplas da sociedade e expõe, criticando, que “O Estado (...) vem atendendo a essas reivindicações de forma muito tímida, longe da universalização esperada”. Diante de nosso contexto social é necessário que se tenha uma valorização da escola e que assim com trata o eixo VI, é necessária a valorização da formação profissional dos trabalhadores na área de educação, buscando sempre a democratização do acesso, permanência e sucesso escolar.

Para finalizar, falando agora de Inclusão, ambos os Eixos apresentam pontos bastante reflexivos no que se refere ao assunto. No Eixo III, acho bastante interessante quando é proposta uma disseminação de política direcionada à transformação dos sistemas educacionais em sistemas inclusivos, que contemplem a diversidade com vista à igualdade. Já no Eixo VI, ao se referir a Educação especial acho importantíssima a colocação que diz:

“Garantir a transformação dos sistemas educacionais em inclusivos e a afirmação da escola como espaço fundamental na valorização da diversidade e garantia da cidadania.” (CONAE, 2010).

Referente ao CONAE

A "universalização do acesso", tratada no eixo III do CONAE, é algo que ainda está bem longe da realidade das escoals públicas brasileiras, como o próprio texto admite. A estrutura física e a própria formação do corpo docente, muitas vezes, são inadequadas para atender as especificidades dos alunos, de forma a dificultar seu acesso e permanência na escola. Quando ao sucesso escolar e a consequente perpectiva de sucesso futuro (nos aspectos acadêmico e profissional, sobretudo), vale ressaltar a importância de se estabelecer um vínculo de confiança entre alunos, suas famílias e a escola, de forma que haja respeito e motivação na busca de um propósito "comum" de formação: uma formação de qualidade, que de margem a novos projetos de vida àqueles que, ainda, encontram muitas barrerias na conquista de um espaço numa sociedade fortemente elitista e excludente.

Eixo III

Ao ler o Conae, me chamou a atenção o seguinte trecho do eixo III:

"A educação pública vem sendo produzida historicamente nos embates políticos sociais, a partir da luta em prol da ampliação, da laicidade, da gratuidade, da obrigatoriedade, da universalização do acesso, da gestão democrática, da ampliação da jornada escolar, da educação de tempo integral, da garantia do padrão de qualidade."

Me chama a atenção, pois embora se lute tanto pela educação, teoricamente, na prática, tudo funciona de forma diferente, na maioria das vezes, o oposto da teoria. A laicidade na educação, na maioria das escolas fica só na teoria, pois podemos encontrar em muitas escolas crucifixos ou imagens de santos, desrespeitando as crenças do próximo. Nem todos os alunos são cristãos, mas, se o diretor da escola é, pronto, os outros têm que engolir. A obrigatoriedade fica por conta apenas de obrigar os alunos a irem pra escola, pois no momento de fazer a lição para aprender mais, fica a desejar, pois os pais não obrigam os mesmos a estudarem da forma como deveriam. Da universalização do acesso: Não adianta nada criar uma escola inclusiva, onde os alunos como determinadas deficiências físicas ou mentais possam frequentar se não existirem professores qualificados para receber tais alunos.

“A voz do outro é a voz que precisamos ouvir”

O texto presente no Eixo III do CONAE traz, dentre outras coisas, a importância de democratizar a gestão educacional, através da criação de arenas deliberativas em que os agentes envolvidos no processo educativo possam decidir os rumos a seguir neste processo. Neste ponto é frisada a importância de ouvir e atender as demandas dos movimentos sociais, ponto que aparece também na Eixo VI, com o acréscimo de que os movimentos sociais, “sobretudo os de caráter identitário” são os atores políticos de potencial para problematizar e inserir demandas que respeitem diferenças, sejam elas quais forem.
Sem sombra de dúvida devemos pensar em construir não apenas algumas aulas, mas um sistema de ensino capaz de incluir de forma crítica as diferenças humanas existentes e a participação das pessoas envolvidas no sistema educacional (pais, moradores, alunos, etc.), do ensino fundamental ao superior, possam interagir de modo a criar uma estrutura não preconceituosa e de qualidade. Há apenas uma divergência com relação ao CONAE no tocante a especificação de movimentos sociais de caráter identitário, uma vez que qualquer movimento social necessita estabelecer uma identidade para conseguir constituir uma unidade capaz de promover ações coletivas, sejam elas manifestações de protestos por uma causa “x” ou mesmo a luta pela implantação de uma lei.
Outra questão envolve as ações afirmativas: utilizar de critérios raciais, mesmo buscando reparar uma injustiça histórica que tenha ocorrido contra um grupo de características especificar (fenótipo, étnico-cultural, etc), não é alimentada a visão racista com isto? Será que a utilização de um critério sócio-econômico não englobaria estes grupos prejudicados socialmente, uma vez que na maior parte dos Estados brasileiros (observação realizadas nos seguintes Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Tocantins, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Pará), as periferias e pessoas desprovidas materialmente possuem as características que as tornam beneficiadas pelas ações afirmativas?

Eixo III e VI

"Em uma sociedade democrática, ela se cumpre por meio da vivência cotidiana da democracia, do exercício da cidadania – e representa a participação de um número cada vez maior de pessoas, de forma equânime –, da garantia dos direitos sociais (dentre eles, a educação), da justa distribuição de renda ou riqueza. Uma democracia que não nega e nem se opõe à diversidade, antes, a incorpora como constituinte das relações sociais e humanas e, ainda, se posiciona na luta pela superação do trato desigual dado à diversidade ao longo da nossa história econômica, política e cultural." (CONAE eixo VI, p. 125)
Eu, gostei particularmente, desse trecho do documento pois articula bem a questão da inclusão com a cidadania e que uma pedagogia das diferenças envolve diretos e deveres que cabe a todos e a cada um de nós.
Penso que documentos oficiais já é uma grande vitória, pois estamos legitimando a diversidade e buscando formas inclusivas de lidar com ela dentro da nossa sociedade no âmbito legal, mas concordo com a postagem abaixo, da Tatiana, quando ela diz que ainda se faz necessários propostas de ações mais detalhadas, que garantam que esses planos não sejam apenas belos discursos no papel.

a respeito do Eixo III da CONAE

A CONAE deveria ter sido "um espaço social de discussão da educação brasileira", como se propunha em seu documento-base. No entanto, a etapa regional de Campinas, de que outros colegas da FE e eu participamos - e para a qual nos preparamos, numa série de reuniões anteriores - mostrou-se uma encenação, uma vez que, entre outros problemas, as mesas organizadoras da discussão de cada eixo temático reservaram menos de uma hora para as contribuições dos participantes. A etapa daqui foi, na realidade, um espaço para que o público conferisse legitimidade democrática às idéias defendidas pela burocracia organizadora da CONAE.
Agora, se, por um lado, a participação na CONAE foi um choque de realidade, por outro, a leitura do documento, tanto antes como agora, é um contato com ficção - da qual os parágrafos 126, 128 e 129 são poucos exemplos.
Ou se encontram estudantes percebendo e reconhecendo que "seus direitos estão sendo respeitados como sujeitos socioculturais, históricos e de conhecimento"? E permanecendo "na instituição porque, em geral, gostam dela e porque aprendem, já que são boas as relações entre eles e os professores, pais, direção e demais servidores"?
Onde estão as "boas instituições, porque as condições de trabalho estão asseguradas, porque as situações de aprendizagem (envolvendo a pesquisa e a extensão) são cotidianamente produzidas e, ainda, porque os estudantes conseguem ter uma perspectiva ampla de formação e de sucesso quanto ao seu futuro, destacando-se o processo de continuidade dos estudos, a pesquisa e a inserção profissional", das quais o documento trataria? e onde está a "sociedade ancorada na circulação democrática de informações, conhecimentos e saberes, por meio de tecnologias de comunicação e informação" (como na p.54)?
Lamentavelmente, o único parágrafo coerente com a nossa realidade é o 144:
"Esses dados demonstram, claramente, como é flagrante a reprodução das desigualdades na escolarização brasileira. Com esses dados, constata-se que o Estado não vem cumprindo sua tarefa de oferecer educação em quantidade e qualidade para a nação brasileira. Como consequência, parcela significativa não possui as condições básicas para ser cidadão participante de uma sociedade letrada e democrática Esta parece ser uma forma de exclusão social articulada com a exclusão escolar."

CONAE: eixos III e VI

Os eixos III e VI do CONAE trazem discussões que correspondem coerentemente aos problemas e necessidades vividos na realidade escolar hoje. São questões acerca da necessidade de propiciar o acesso, a permanência e o sucesso escolar, inclusão, diversidade e igualdade.

Entretanto, percebe-se que no documento não são apresentadas soluções claras para a implementação, na prática, de um sistema inclusivo, de escolas democráticas, que superem realmente as desigualdades. Fala-se no eixo VI, por exemplo, em preparar melhor os profissionais da instituição para lidar com os alunos especiais. Mas como deve ocorrer tal preparo?

Faltam propostas de ações mais detalhadas para que as propostas não fiquem apenas no papel. Para que a escola realmente inclua ao invés de acabar por excluir.

Sobre a CONAE - eixos III e VI

Os eixos III e VI da CONAE, a meu ver apresentam uma visão geral coerente com a realidade educacional, reconhecem o valor das lutas sociais pela democratização da educação e também os principais problemas que são enfrentados pela escola nos dias de hoje, como a educação de qualidade, garantia do acesso e permanência, inclusão e igualdade.

No entanto, as propostas apresentadas não explicitam como e quando estas serão implementadas na prática, além de não oferecer elementos que possibilitem o seu acompanhamento.

Gostaria de destacar no documento o seguinte trecho:

“(...) dentre as bases para a democratização do acesso, da permanência e do sucesso escolar, em todos os níveis e modalidades de educação, como instrumentos na construção da qualidade social da educação como direito social, destacam-se: (...) g) A implementação efetiva de uma política educacional como garantia da transversalidade da educação especial na educação, seja na operacionalização desse atendimento escolar, seja na formação docente. Para isso, propõe-se a disseminação de política direcionada à transformação dos sistemas educacionais em sistemas inclusivos, que contemplem a diversidade com vistas à igualdade, por meio de estrutura física, recursos materiais e humanos e apoio à formação, com qualidade social, de gestores e educadores nas escolas públicas. Isso deve ter como princípio a garantia do direito à igualdade e à diversidade étnico-racial, de gênero, de idade, de orientação sexual e religiosa, bem como a garantia de direitos aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.” (CONAE, 2010, p. 51-54).

É importante considerar que se fala de uma política direcionada à transformação dos sistemas educacionais em sistemas inclusivos, porém não entra em detalhes quanto à implementação desta política. Ao analisarmos a realidade educacional vemos que até o momento pouco tem sido feito, ficando tais propostas muitas vezes apenas no discurso.

CONAE - EIXOS III E VI

Tanto o Eixo III, quanto o Eixo VI destacam um tripé essencial relacionado ao direito à Educação: Acesso, Permanência e Sucesso.
Acredito que não basta ser garantido apenas o acesso à Educação escolar. É essencial que a permanência e o sucesso também façam parte dessa garantia. E para o aluno permanecer na escola e experimentar o sucesso escolar, faz-se necessário que ele perceba que está aprendendo e que tem seus direitos respeitados.
Segundo a CONAE, o poder público deve garantir a universalidade dos direitos e, portanto, superar as desigualdades sociais. Sendo assim, considero essencial que haja maior (e melhor) investimento na formação dos profissionais da educação para que a transformação dos sistemas educacionais em sistemas inclusivos seja garantida.
Aparece também no documento da CONAE a importância das salas de recursos multifuncionais. Mas fico me questionando: do que vale salas de recursos multifuncionais se a Escola não conta com profissionais qualificados e preparados?
Falta investimento na formação dos profissionais, colaboração, informação e apoio às Escolas, aos profissionais e aos alunos para que a inclusão não gere mais exclusão.
O documento propõe formação continuada dos professores, além de outras ações. Mas é necessário que essas propostas saiam do papel e aconteçam de fato na prática escolar.

CONAE

Eu achei os Eixos 3 e 6 do CONAE interessantes, assim como o restante do documento. Porém, como o espaço que tenho para me colocar a respeito é pequeno, irei me deter ao Eixo 6, pois tenho alguns comentários sobre ele que gostaria de fazer.

Em primeiro lugar, penso que esse Eixo engloba temas muito diferentes entre si. Esse fato acaba fazendo com que esses temas percam um pouco as suas especificidades. Por exemplo, a inclusão. Esse é um tema naturalmente extenso e diverso e, por isso, penso que deveria existir um espaço maior destinado a ele. A educação especial é outro exemplo disso, possuindo um espaço ainda menor. Penso que isso não é o suficiente.

Dentro do pequeno espaço que lhe é dado, o Eixo traz como a educação especial deve ser tratada, o que precisa ser feito para melhor adequá-la nas escolas, etc. No entanto ele não dá detalhes, não trata das dificuldades que surgem com a inclusão e a educação especial, nem da falta de formação dos professores. Ele diz que os profissionais devem receber um melhor preparo para lhe dar com os alunos especiais, mas não explica muito bem como pode se dar essa preparação! Traz que os alunos especiais devem ter profissionais específicos – os professores de educação especial – para lhe dar com eles e salas de recursos apropriadas, mas até que ponto isso funciona? Até que ponto passar algumas poucas horas por semana com o professor de educação especial pode ajudar, por exemplo, uma criança surda, que dificilmente acompanha as aulas? O Eixo também defende a inclusão de libras no currículo da educação básica, e isso seria ótimo! Mas quanto tempo levará até que todos os alunos de todas as escolas estejam de fato aprendendo libras? E até esse momento, como ficarão os alunos surdos? Como se comunicarão com os demais? Como terão conhecimento das aulas das professoras?

Enfim, estou querendo dizer que, em minha opinião, a CONAE não deu conta de criar uma forma adequada para incluir os alunos especiais nas escolas “normais”. Assim, os alunos muitas vezes acabam sendo incluídos na escola, mas, dentro dela, são excluídos.

CONAE (Eixo III e VI)

Após a leitura desse documento, pude relembrar de momentos da aula em que discutíamos a educação especial não mais como uma modalidade, ou seja, esta separada de todo o resto da educação, mas sim como uma política educacional apoiadora. E é neste sentido que conseguimos observar este documento, que vem como uma garantia da transversalidade da educação especial na educação.

Este documento também trabalha com a questão da diferença, sendo esta por si só não tão problemática, mas quando se apresenta no contexto das relações do poder, que vem para classificar e hierarquizar, fazendo com que cheguemos a extremos onde grupos excluem e discriminam outros grupos por causa de suas diferenças. E é a partir daqui que a diferença passa a ser desigualdade.

Por isso temos que ficar muito atentos a essas questões que o documento (principalmente o eixo III e VI) nos apresenta, pois a diferença implica em uma coisa que se é, e por isso que se torna tão difícil trabalhar com a mesma, fazendo-se assim um desafio tão grande para todos nós.

sábado, 26 de março de 2011

Comentário a respeito do CONAE – Eixos III e VI

A leitura que fiz acerca do CONAE, especificamente dos eixos III e VI, me chama atenção para algumas concepções trazidas pelo documento. Primeiramente, ressalto a importância e a (re) significação das diferenças ali apresentadas, uma vez que os eixos trazem as diversas diferenças existentes, a multiplicidade, à especificidade de cada diferença, sem homogeneizá-las. A partir daí, vale lembrar um dos conceitos trabalhados na disciplina EP348, em que discutimos juntamente com a professora, que se olharmos para as desigualdades como iguais, como uma única categoria, estamos reafirmando e reproduzindo as desigualdades.

E quais ações podem ser feitas além do trabalho dos professores nas salas de aula? Cabe ao Estado promover políticas que tentem garantir para cada grupo suas necessidades e especificidades, para que dessa forma sejam concretizados os objetivos de uma educação acoplada à justiça social.