Reflexão de Clécia Gomes e Isadora Franco Di Gianni acerca da afirmação “A diferença não tem a ver com a diferença entre x e y, mas com o que se passa entre x e y.”
A diferença não é simplesmente o que tem x de diferente de y, não é uma lista de características, ou, usando uma visualização matemática, dois conjuntos em que um contém coisas que o outro não tem. A diferença é mais uma operação entre os diferentes, é o que estabelece relação entre eles. Mas essa operação não é simétrica, essa relação está imersa em uma cultura permeada por relações de poder, que valorizam x e desvalorizam y, e colocam um em condição de dominar o outro. É preciso sair da perspectiva da naturalização da diferença e da identidade e colocá-las como produtos de uma construção que não parte só de uma biologia/cultura, que também é política.
Conforme Silva, identidade e diferença são o resultado de processos de produção simbólica e discursiva, que adjetiva como instáveis e indeterminados, uma vez que a definição do signo só faz sentido em relação, ao que denomina, uma cadeia de significações que remete a outros signos e, portanto, outras significações que não são fixas, naturais ou pré-determinadas.
Identidade e diferença, segue Silva, são “relação social”. A definição do signo “está sujeita a vetores de força, a relações de poder”, ao que se passa entre X e Y.
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