Nos textos de Silva “Identidade e Diferenças: Impertinências” e “Por uma Pedagogia da Diferença”, é possível vislumbrarmos ainda mais as relações entre os conceitos de identidade e diferença como sendo termos inseparáveis e produções simbólicas e discursivas que estão submetidas a relações de poder. Pelo fato de serem impostas da maneira como convém à classe dominante, o ponto de partida está sempre a favor da identidade, daquilo que sou e que os outros não são, o que gera a classificação e, fatalmente, a exclusão ou submissão de uns em relação a outros.
Remetendo essa discussão para a instituição escolar, o termo “diversidade” é um dos que mais presenciamos no discurso das escolas e em seus documentos. O que está implícito no discurso, mas bastante visível no cotidiano escolar, é que a diversidade busca semelhanças. Talvez, esse seja um dos motivos pelos quais muito se fala sobre o respeito à diversidade na escola, mas nada ou muito pouco há de melhora nos aspectos de valorização das diferenças, fato que retarda e dificulta o processo de inclusão na escola, como tenho notado nas experiências de estágio em diferentes escolas.
Por fim, acredito que seria muito interessante se um novo modo de encarar os termos “identidade” e “diferença” fosse disseminado, assim como os movimentos para subverter a identidade têm defendido. Melhor ainda seria se outra perspectiva fosse adotada na discussão de tais conceitos, levando-se em conta as questões políticas e de relação de poder que eles carregam, como o autor nos fala no texto, e que nunca são explicitadas. Mas, fica as indagações: será que algo mudaria do ponto de vista da inclusão? Será que isso tornaria possível a criação de uma escola das diferenças?
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