A leitura dos eixos III e VI do documento final da Conferência Nacional de Educação – CONAE - propiciou algumas indagações e reflexões acerca de suas propostas e objetivos.
Inicialmente cabe destacar que a apresentação das principais dificuldades enfrentadas, na atualidade, pela educação escolar brasileira, foram mantidas fiéis aos discursos do momento. Questões como direito à qualidade, condições de permanência e sucesso escolar, diversidade cultural, inclusão, entre outros, foram relatadas de maneira bastante coerente com a realidade escolar.
Apesar disso, não são apresentadas propostas e soluções palpáveis e possíveis de serem acompanhadas. Promete-se aumentar as verbas para isso e para aquilo, porém não se explica de onde esse dinheiro sairá e os caminhos que ele percorrerá até chegar na escola. Além disso, a responsabilidade de resolução das demandas cabe à unidade escolar, inclusive àquelas que fogem completamente de seu controle. Por fim, algumas questões centrais como as diferenças sociais e suas conseqüências (entre outros) são tratadas de maneira leviana e superficial. O trecho a seguir exemplifica essas questões:
“as instituições educativas e os sistemas de ensino devem colaborar intensamente na democratização do acesso e das condições de permanência adequadas aos/às estudantes no tocante a diversidade socioeconômica, étnico-racial, de gênero, cultural e de acessibilidade, de modo a efetivar o direito a uma aprendizagem significativa, garantindo maior inserção cidadã e profissional ao longo da vida” (CONAE, 2010, p. 63)
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